Por Pedro Ambrosina
* 22/08/2023 – 14h48 *
A 9ª edição da Jornada do Patrimônio, com o tema “Se essa cidade, se essa cidade fosse minha…”, ocorreu nos dias 19 e 20 de agosto na cidade de São Paulo. Este evento foi promovido pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), e reuniu diversas atividades culturais em toda a cidade, com o objetivo de valorizar o patrimônio histórico.
Vários locais históricos da cidade participaram da programação da Jornada, incluindo a Santa Casa de São Paulo, o Museu do Ipiranga, a Faculdade de Engenharia da USP, o Museu da Imigração, bem como os centros culturais, bibliotecas, teatros e escolas de iniciação artísticas (EMIAs) municipais.
Destaque especial foi dado à Vila Itororó, que foi tombada como patrimônio histórico pelo CONPRESP em 2002 e pelo CONDEPHAAT em 2005. A Vila Itororó desempenhou um papel significativo no evento, oferecendo oficinas, visitas guiadas, exposições e apresentações musicais.
No primeiro dia da Jornada, em 19 de agosto, as Yabás do candomblé abriram os trabalhos na Vila Itororó com a exposição “Yabás – Orixás Femininos no culto do candomblé”, que apresentou as obras do artista plástico Américo Correia. O artista, que é candomblecista e filho do Orixá Airá, trouxe vida às divindades africanas e afrobrasileiras através de sua arte, proporcionando uma exploração profunda dos mistérios e significados do candomblé.
Às 10h, ocorreu o “RolêSP Vila Itororó – Moradia, Cultura e Resistência no Bixiga”, uma conversa e visita guiada promovida pelo Instituto Bixiga em comemoração ao Centenário da Vila Itororó, destacando sua importância para o Bixiga.
A programação de sábado também incluiu a roda de conversa “Entrelaçando Patrimônio Imaterial”, que explorou as memórias dos bordados rurais e da vida no campo através do testemunho de dona Vanda, uma bordadeira de 83 anos que compartilhou sua história e a valorização das manifestações culturais.
O primeiro dia de atividades na Vila Itororó foi concluído com a roda de conversa “Fotografando Patrimônios”, que abordou técnicas de registro visual com equipamentos fotográficos e celulares, incluindo composição, estudo da luz, fotometria, planejamento e otimização.
A música também fez parte da programação da Jornada do Patrimônio na Vila Itororó. O Trio, um grupo de música instrumental brasileira que se originou na Ocupação Cultural Mateus Santos em Ermelino Matarazzo, se apresentou junto com o trombonista Jorginho Neto. Mais tarde, Azula trouxe seu projeto “AZULA MEMÓRIA TRAVESTI”, uma homenagem à história da negritude trans brasileira com influências de jazz, R&B e RAP, misturando ritmos brasileiros, samba e toques de Orixá.
No segundo dia da Jornada, a oficina “Furo na língua: Oficina de Bordado em Papel [Palavra Presente]” convidou os participantes a experimentarem a técnica do bordado no papel, explorando a relação afetiva com as palavras e a cidade. As palavras foram transformadas em imagens, e a escrita se tornou arte.
Eventos como a Jornada do Patrimônio enriquecem a programação da Vila Itororó e de todos os centros culturais e territórios envolvidos, promovendo conscientização e reflexão sobre o patrimônio e a cidade como um todo. “Se essa cidade, se essa cidade fosse minha…” é uma oportunidade para celebrar e preservar nossa herança cultural e histórica.