Por Pedro Ambrosina
* 29.09.23 – 15:41 *
No dia 17 de setembro, o Centro Cultural Vila Itororó foi palco do Cinefest “Desculpe o AUÊ”, um festival de cinema idealizado para ser um cine clube barulhento, que promove a intersecção de diversas outras linguagens artísticas além do audiovisual.
Entre as atrações, estava uma mostra comemorativa de filmes em película, apresentada pelo coletivo “SUPEROFF’’, que comemora 10 anos de produção de filmes e oficinas em super8. A mostra contou com a presença de diversos coletivos e produtores para assistirem e exibirem seus filmes. A curadoria foi pensada pelo Coletivo Superoff, refletindo sobre o acervo e a trajetória do coletivo nesses dez anos.
Outra programação que integrou o cinefest foi a exposição de fotos das casas em ruínas da Vila Itororó, revelando o oculto melancólico e os rastros das estruturas do patrimônio histórico. As fotos mostravam as marcas das diversas fases da Vila Itororó, como o rio, anterior à sua construção; a vila de casas integrada ao histórico Clube Éden Liberdade; a ocupação de moradia popular; e por fim, o centro cultural.
Costurando as programações, o DJ Junior SRV tocou quatro horas de música numa agradável tarde na Vila, com um som ambiente de brasilidades. Os ritmos e as melodias encheram o espaço, com as presenças musicais de Tim Maia, Elza Soares, Secos e Molhados, Gilberto Gil e outros imortais da Música Popular Brasileira.
O projeto foi um Plano de Integração Artístico Cultural do Jovem Monitor Cultural Pedro Ambrosina, que também assina as fotografias da exposição. O projeto surgiu de articulações do cineclube e da vontade de refletir sobre o cinema na cidade. O objetivo é solidificar um cineclube ao ar livre na Vila Itororó, usando como tela a parede acima da piscina, que já fez parte do Clube Éden Liberdade.
Programa Jovem Monitor Cultural
Com o objetivo de oferecer formação, capacitação e oportunidades de experiência profissional em gestão cultural para jovens, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) da Prefeitura de São Paulo realiza o PROGRAMA JOVEM MONITOR CULTURAL.
Este programa, voltado para o desenvolvimento artístico e atendimento ao público, teve início em 2008 na cidade de São Paulo, com a intenção de formar jovens das diversas periferias da cidade de São Paulo entre 18 e 29 anos para trabalhar em instituições e departamentos culturais. No ano seguinte, a Lei 14.968/09 foi estabelecida, sendo posteriormente regulamentada pelo Decreto 51.121/09, que estabeleceu as diretrizes e procedimentos do programa.
Desde então, o programa cresceu significativamente, tornando-se a maior iniciativa pública de formação cultural para jovens na América Latina.
Em 2013, passou a ser implementado por meio de convênios e se expandiu para outros locais culturais da SMC, incluindo teatros, bibliotecas, casas de cultura, museus, centros culturais e outros espaços. Jovens de todas as partes de São Paulo, desde o centro até as periferias, começaram a trabalhar em instalações sob a administração da Prefeitura.
Atualmente, o programa envolve 330 jovens que atuam em 126 locais culturais distribuídos por várias regiões da cidade de São Paulo. Esses jovens distribuídos por equipamentos da cidade, atuam na produção cultural dos espaços, podendo, através do processo, único para cada participante, desenvolver projetos e experiências em diversas áreas que relacionam o funcionamento daquele espaço, como contratações artísticas, comunicação, produção cultural, contação de história, etc.
O programa garante por lei, a presença dos jovens monitores em todos os espaços da cultura municipal e solidifica a presença de jovens periféricos, pensadores da cultura nesses espaços de cultura, política e educação. A partir da próxima edição o programa se expandirá para os CÉUs da cidade, o que aumentará ainda mais a presença dos jovens monitores no fazer cultural da cidade.
