Por Pedro Ambrosina
* 29/07/2023 – 13h33 *
Entre os dias 24 e 28 de julho de 2023 aconteceu o Seminário de Formação da Cidade de São Paulo. O seminário é uma celebração que reúne os diversos programas de formação da Secretaria Municipal de Cultura, dentre eles o Programa Vocacional, o Programa Jovem Monitor Cultural (PJMC), o Programa de Iniciação Artística À Primeira Infância (PIAPI), o Programa de Iniciação Artística (PIÁ), as Escolas Municipais de Iniciação Artística (EMIAs) e o Programa Rede Daora. Neste ano o evento foi inspirado na obra de Ailton Krenak, líder indígena da etnia crenaque, ambientalista e filósofo, com o tema “Futuro e Ancestralidade”. Sua programação contou com intervenções artísticas, rodas de conversa, formações e muita troca de experiências realizadas na Galeria Olido e na Vila Itororó, tendo a multiartista, travesti, educadora e coreógrafa, Gustav Courbet, como mestre de cerimônia do evento.
A abertura institucional foi na Galeria Olido e iniciou-se a programação do seminário com a mesa de debate chamada ‘’Quantas infâncias existem aqui? Ninhos, ocas, quilombos, quintais e diversidades”, com mediação de Sthefan Leal (@ateliemirabolante) e com a presença de Anderson Kary Báya (karybaya) e Priscila Obaci (@priscilaobaci). A mesa refletiu acerca das infâncias possíveis e diversas na sociedade brasileira.
Na terça-feira, segundo dia de seminário, foi a vez das mesas “Vozes Amplificadas: Mulheres Negras, Latino-Americanas e Caribenhas na Arte Educação” com Dina Maia (@dinamaia21) na mediação e Gal Martins (@galmartins1) e Lia D. Castro, debatendo acerca da importância e a influência de mulheres negras na arte educação. Mais tarde, a mesa ‘’Teias Ancestrais: Cosmovisões Indígenas na Arte Educação”: nesse encontro, testemunhamos a integração da Arte-Educação nas práticas indígenas, com a mediação de Juliana Frade, pesquisadora na área de etnologia indígena e questões ambientais e Jerá Guarani, liderança indígena Guarani Mbya da Terra Indígena Tenondé Porã, e Juão Nyn (@juaonyn), ativista e comunicador do Movimento Indígena do RN.
A mesa “A Cultura da terra e a Descolonização da Alimentação” com a mediação do grafiteiro da cultura hip hop, Alex Zudao, e Ivan A. Soares (ivan.asoares) e Adélia Rodrigues (@adeliarodriguezs), e a mesa “Horizontes Inclusivos: Valorizando a Neurodiversidade na Infância” com Amanda Nascimento (@amandamagoo) na mediação e com a participação de Dafne Herrero (@doutorabrincadeira) e Lu Viegas (@umamaepretaeautistafalando) foram as programações que preencheram a quarta-feira, terceiro dia de evento. Ambas as mesas ocorreram na Sala Paissandu da Galeria Olido.
Indo rumo a sua finalização, na quinta-feira, Vinicius Bernardo (@vini.bernardo_), atual coordenador do Programa Vocacional, mediou uma conversa, convidando a artista educadora Ciça Coutinho (@cica_coutinho) e o membro da família Solano Trindade, Vitor da Trindade (@vitordatrindade) para a mesa “Saber da onde vem pra decidir pra onde vai: os 20 anos da Lei n° 10.639/03 e a história preta que nos compõe”, que refletiu acerca da lei que torna obrigatório o ensino da cultura e história africana e afrobrasileira na educação básica. Finalizando o penúltimo dia, a mesa “Escritas, Imaginário e Resistências: construindo novas narrativas lgbtqiapn+” com mediação de Rafael Guerche (@rafaelguerche) e Jupi77er (@jupi77er) e Maria Clara A. Passos (@afrotranscendente) como convidades, debatendo a atuação e produção escrita de novos artistas e vozes lgbtqiapn+.
No fechamento do Seminário de Formação da Cidade de São Paulo, foi a vez da Vila Itororó receber o evento. Com diversos convidados e contemplados com os programas de formação, Gustav Courbet seguiu ancorando o evento com muito carisma e espontaneidade. A mesa “Raízes Visionárias: Explorando a Ancestralidade no Afrofuturismo através da Arte Educação” abriu o dia com Diogo Cestvral, criador do projeto “AFROFUTURISMO EM PERSPECTIVA” e Kayque Lezz (@kayquelezz), atual coordenador do Rede Daora no Polo do Teatro Flávio Império na mediação, contando também com as artistas Morena Mariah (@morenamariah) e Salloma Salomão como convidadas. A mesa pensou e discutiu sobre o afrofuturismo como movimento artístico e cultural.
O Seminário de Formação da Cidade de São Paulo, acontece desde 2019 e traz sempre artistas e arte-educadores com a proposta de refletir acerca da educação e da importância desses programas de formação da Secretaria Municipal de Cultura e das políticas públicas como um todo. A Vila Itororó enriquece a sua programação, podendo ser palco e plateia de iniciativas como a formação, que visa formar a partir de uma perspectiva de que a educação e a cultura são intrínsecas à vida em todas as idades e suas camadas.
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